Seja digno (a)

Seja digno (a)

Uma pessoa digna é exemplar, procede com decência, com honestidade.

O termo origina do latim dignitate, que significa honra dez, virtude. A dignidade de um indivíduo representa a sua “integridade moral”. É considerado um valor essencial do ser humano. Na Constituição Federal do Brasil é citado o princípio da Dignidade, que diz que todo indivíduo tem o direito de ser tratado com respeito. Nesse sentido, ser digno é tratar a todos da mesma forma que gostaria de ser tratado, não subestimar, ou fazer mal a alguém. Um cidadão digno não mente, não engana, não é corrupto, faz a coisa certa, com risco ou custo. Assim, não adota o comportamento errado dos outros para justificar a própria conduta. Agir com dignidade, independentemente das consequências, não tem preço e a consciência ficará tranquila.

 

A formação de um cidadão digno depende fundamentalmente do comprometimento da família com esse objetivo, que incorpora no dia a dia a educação para a dignidade nas experiências rotineiras dos filhos, cultivando princípios: aprender a respeitar; tratar os outros com amabilidade, especialmente, os pais e os professores; falar a verdade; ser atencioso; respeitar opiniões diferentes. A comunicação construtiva e respeitosa é fundamento da dignidade: apreciar e não depreciar, incluir e não excluir, respeitar e não suspeitar, integrar e não separar, inspirar e não conspirar, propor e não impor, esclarecer e não omitir. Antes de julgar um caso, é fundamental buscar informações válidas. Ao agir movido pelas emoções, corre-se o risco de cometer injustiças e ferir a dignidade de alguém.

 

Lamentavelmente, há uma crise de dignidade em muitas sociedades, causadas, principalmente, por indivíduos gananciosos, conclui Evelin Linder – médica, psicóloga, fundadora da Universidade Mundial de Dignidade (World Dignity University). A ganância é a vontade exagerada de possuir qualquer coisa. É um desejo excessivo de poder e de riqueza mate rial. Nesse contexto, uma máquina produtora de status é criada, prejudicando o bem comum.

 

A carência da dignidade grassa no planeta: onde quer que falte pão, moradia, educação, saúde, respeito; onde existir desigualdade no acesso a boas escolas e bons cuidados médicos; onde houver violência verbal e/ou física e outras humilhações em casa, no trabalho, na comunidade.

 

Para crer na perspectiva de um mundo digno, urge lideranças altruístas, em vez de estilos autocráticos de “egos elevados”, que priorizem políticas públicas globais que ajudem a dignidade se manifestar em nossas realidades, possibilitando o acesso das pessoas a vidas dignas.

 

| Eduardo Carvalho, Harvard University Fellow – Diretor da ABA Global Education

Deborah Carneiro
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